Autor: Adriano Amaral
Alguns irão estranhar o título desse pequeno e humilde ensaio (isso mesmo, apenas mais uma opinião dentre tantas nesse mundo repleto delas), outros repudiarão de imediato. Não importa. Já a algum tempo me dedico de forma amadora a estudar psicologia e história. Com uma frequência maior do que imaginamos nos deparamos com os fenômenos “bolsonaristas” de todos os tempos. Não preciso citar o maior deles o Fascismo e Nazismo, recentes na Segunda Guerra, para que todos tenham uma dimensão até onde esse fenômeno pode nos levar. Mas esse ensaio não é sobre história, mas sim do que porque o fenômeno Bolsonarista acontece, e continua se repetindo.
Já reparou que todos nós trazemos um Bolsonaro dentro de si?! É tanto que de vez em quando nos pegamos concordando com ele! Já reparou? Se ainda não, faça esse exercício. Irei ajudá-lo…Sabe aquele seu vizinho filho da puta!? O qual você esgotou as alternativas de diálogo, e que talvez a alternativa seja a violência? “Ahh se eu tivesse uma arma…” pensarão alguns. Olha aí seu Bozinho (Bolsonaro Interior)!!! “Ahhh já pegamos COVID, dá pra fazer aquela festinha familiar sem excessos”. Todos nós somos afetados de forma impactante por algo que nos “tira do sério”, ou que precisamos fazer. O desejo e a vontade se misturam numa dança da qual a razão, supostamente absoluta, tende a ceder. Seja alguma desorganização do marido, ou os comentários maldosos de uma tia, ou ainda a forma como uma colega de trabalho se dirige a você com tom jocoso ou superior. Ahhhh o trânsito é um espetacular Laboratório de Bolsonarinhos…aquela fechada que recebe quando está com pressa. Culpa, raiva, ódio, assassinato…todos nós trazemos esses sentimentos em algum lugar dentro de nós. Nos escondemos deles, em prol da boa moral e costumes, mas eles são tão primitivos quanto nós, homens. Alguns vão parar de ler ou refutar imediatamente essas palavras e pensamentos. Aí temos o nascedouro do Bolsonarismo: a negação de parte de nossa humanidade (Carl Jung, se referiu a isso como “Imitatio Christi”).
Se formos falar dos nossos entes queridos Bolsonaristas veremos como esse sentimento é dúbio e sútil. Amamos nossos familiares ou parentes, entretanto vários deles podem se tornar ou ser Bolsonaristas. Porque escancaram o humano demasiado humano. O caçador que mata a presa e o desafeto desde os tempos da antiguidade. Opa, lembrei agora de Caim e Abel, irmãos, ainda assim um assassinou o outro. Ambos se assassinaram diga-se de passagem. Viu?!? Eles estão e sempre estiveram por aí…uns preferem chamá-lo de demônio, diabo, ou até mesmo salvador….eu fico com “Meu Bolsonarinho favorito”
Eles vem ganhando pequenas batalhas desde de Sócrates, quando estes, chamados de sofistas, o assassinaram (alguns dirão que foi suicídio). E sabe da maior? Eles não irão embora….estão de volta e continuarão crescendo. Enquanto estivermos cheio de culpa, por termos esses sentimentos, lotando as igrejas em busca de um alento ou alguém que possa nos resgatar do Bolsonarinho interno. Só há um terreno de batalha contra o Bolsonarismo: dentro de nós mesmos.
PS: Se você chegou até aqui, pode reler o texto trocando os Ismo: Bolsonarismo por Comunismo, catolicismo, budismo, alcoolismo, tabagismo….fique a vontade.
muito bom. gosto das referências que embasam o fio condutor do ensaio.
e, sim, todos nós carregamos a maldade em maior ou menor grau.
abração