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Brasília, 13 de abril de 2004
Ao
Excelentíssimo Senhor Ministro da Cultura:
Gilberto Passos Gil Moreira
Sobre o lema maior da ordem a qual pertencemos que diz “Realização através do Caráter e da Cultura” vimos por meio desta estabelecer a primeira linha, a primeira conexão, ou um “hiperlink” entre a Eubiose e o Ministério da Cultura, na figura de seu Excelentíssimo Ministro o qual já ouviu por diversas vezes falar de nós.
O professor Henrique José de Souza por diversas vezes citou a importância da arte para a formação do caráter de uma sociedade:
“[…] A inspiração criadora é a que sente em seu interior todo artista como manifestação divina na terra. Até agora a Arte possuiu uma missão sublime; hoje ela está centuplicada; sua missão é divina. O artista deve ser um ativo colaborador da Divindade. Seu trabalho há de ser efetivo; seus sonhos devem arrastar após seus passos a Humanidade inteira, dirigindo‑a pelo caminho de perfeição. Não se trata da simples carícia da ilusão dos sentidos, nem do recreio da mente, mas da completa transformação da alma[…]”
Ou ainda
“[…] Algum dia aparecerá um gênio que abra a porta de um caminho desconhecido, por onde encontrar novos e embriagantes matizes, que somente em sonhos nos é dado contemplar.
Entrará então a Humanidade no caminho da arte do futuro, a arte da nova civilização, que será, o bálsamo consolador da aflição da alma. Hoje, por desgraça, buscam‑se impressões acariciadoras por meio de narcóticos funestos e embrutecedores, dignos de bruxos e derviches; porém, existe outro portal mais nobre e mais santo: o da Arte[…]”
E continuando
“[…] Nossa vida é uma partícula infinitesimal da Vida Cósmica, como se disséssemos, o átomo da (vida) digo, vesícula de um pulmão. Somos partes integrantes do pulmão infinito donde recebemos o sopro divino.
Buscamos no mundo a parte estática, externa e ilusória; enquanto que a Realidade é dinâmica e nos dá o conhecimento de uma potestade creadora, sustentáculo da vida que anseia sempre pela mais completa liberdade e assim compreendemos que, em Deus vivemos, nos movemos e temos nosso ser.
Portanto, Ciência, Religião e Arte não podem cristalizar‑se em uma ficção estática; devem seguir o dinamismo do ritmo cósmico, do contrário se asfixiarão como um pulmão falto de ar. Ou transformar-se… ou morrer. É dilema iniludível.
A arte que até hoje reproduziu a parte externa da natureza, deve ceder lugar a uma arte mais espiritual, que nos leve á contemplação da alma, penetrando no templo de seu corarão divino. Portanto, formas, cores e sons devem buscar um ritmo oculto. O grande progresso da música em pouquíssimos séculos nos dá um vislumbre da espiritualidade a que aludimos. A música é a arte que mais profundamente comove a alma, muito mais que a poesia, porque está sujeita a mente, enquanto que a música lhe deixa o campo aberto, completamente livre para sonhar á vontade[…]”
Sob os eflúvios das afirmações acima, o Excelso fundador da Sociedade Brasileira de Eubiose, Henrique José de Souza cristalizou no dia 24 de março de 1958 a missão da Ordem do Ararat:, no sentido de impulsionar as mentes e os corações dos jovens do Brasil e do Mundo, através da cultura, no sentido de firmar os estado de consciência que é exigido para a nova Humanidade.
Nesse contexto é que fizemos chegar as suas mãos essa carta. Carta esta, com o intuito maior de expressar a nossa admiração pelo vosso trabalho como artista e atualmente à frente do Ministério da Cultura, no Governo do Presidente LULA, que representa o governo de renovação e transformação da nossa sociedade.
Sabemos portanto, que o Brasil servirá de luzeiro nesse novo mundo que queremos construir, sobre os auspiciosos valores: Verdade, Amor e Justiça.